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Sistema de irrigação israelense vai ser adotado na Bahia

O sistema de irrigação por gotejamento enterrado usado em Israel pode ser uma referência para as culturas irrigadas da Bahia.

O sistema possibilita conjugar, com economia de água, uma irrigação de alta eficiência, usando o gotejamento, com a mecanização agrícola, comum em grandes áreas, a exemplo da produção de grãos e da cana-de-açúcar.

A técnica já é utilizada com sucesso em alguns países, inclusive no Brasil -Estado de Alagoas.

A intenção é que a experiência possa orientar o plantio de cana-de-açúcar no estado, no âmbito do programa Bahiabio, que prevê a ocupação de uma área de cerca de 800 mil hectares.

Segundo a superintendente de Irrigação da Secretaria de Agricultura, Silvana Costa, dos 800 mil hectares destinados ao Bahiabio, aproximadamente 300 mil estão no Oeste da Bahia, região que já tem alta demanda de água -cerca de 11 bilhões de litros por dia para a irrigação, principalmente para a produção de soja.

“O sistema de gotejamento enterrado é exemplo de economia de água, redução de custos e aumento da produção, além de possibilitar menor impacto ambiental no solo pela aplicação eficiente de fertilizantes por meio da água de irrigação”, diz Silvana.

A Seagri tem incentivado a irrigação localizada, mas ela ressalta que é um grande desafio o desenvolvimento de práticas que conduzam a um manejo de irrigação eficiente, com redução das perdas por condução e aplicação de água.

O diretor geral do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), Julio Rocha, falou que a adoção na Bahia de um tipo de sistema como é o de irrigação por gotejamento enterrado é fundamental para assegurar a sustentabilidade dos rios.

“Precisamos estimular a adoção das tecnologias que resultem no uso racional da água, para garantir a vida nos rios para as atuais e futuras gerações”. Ele acrescentou que esse processo é importante, inclusive, para subsidiar ainda mais o Ingá na concessão de outorgas, principalmente nas áreas com grandes demandas pelo uso da água.

A superintendente de Irrigação da Secretaria da Agricultura (Seagri), Silvana Costa, juntamente com o diretor geral do Ingá, Julio Rocha, e o diretor de regulação da autarquia, Luiz Henrique Pinheiro, foram a Israel conhecer o sistema de irrigação por gotejamento enterrado e outras experiências adotadas pelo país para conviver e enfrentar a escassez hídrica.

A viagem oficial foi um convite da Câmara de Comércio América Latina-Israel.

Irrigação com água de efluentes

Outra experiência de Israel que pode ser aproveitada pela Bahia é o aproveitamento de águas residuárias, ou seja, de efluentes que, depois de tratados, se destinam à irrigação de culturas como algodão, citricultura, batata e feijão.

Em torno de 90% de toda irrigação em Israel é feita com o reuso da água de efluentes. Os representantes do governo da Bahia tiveram a oportunidade de conhecer uma das mais importantes experiências de reuso da água na atualidade, o Kibbutz Hatzerim.

Trata-se de um movimento que cresceu fora da sociedade e tornou-se um modo de vida rural, baseada em princípios do igualitarismo e da comunidade. Nesse modelo de produção, a principal atividade econômica é a irrigação por gotejamento enterrado e a produção industrial de componentes para a agricultura irrigada.

Em visita ao Kibbutz Hatzerim, o diretor geral do Instituto de Gestão das Águas e Clima, Julio Rocha, o diretor de Regulação da autarquia, Luiz Henrique Pinheiro e a superintendente de Irrigação da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), Silvana Costa, conheceram o plantio de 300 hectares de jojoba em sistema de irrigação por gotejamento enterrado, alcançando uma produtividade de 3000 kg/ha, considerada a maior no mundo.

Toda a produção deriva da irrigação com água residuária -proveniente do esgoto doméstico- das residências do kibbutz e de cidade vizinha, após eficiente tratamento secundário.

A colheita é transformada, no próprio kibbutz, em óleo de jojoba para exportação. O kibbutz possui ainda uma planta industrial, que fabrica materiais e equipamentos de irrigação vendidos para vários países do mundo, inclusive ao Brasil.

Segundo Julio Rocha, “motivados por convicções fortes e por ideologia, eles deram forma a uma sociedade com uma maneira de vida original. Com efeito, trabalham duramente para consolidar a base econômica, social e administrativa de sua comunidade”.

Rocha lembrou que o Kibbutz Hatzerim foi criado em 1947, em pleno Deserto de Negev, sendo um dos dez kibbutzim com melhor situação financeira.

Sistema de tratamento secundário de esgoto

Outra experiência conhecida pela delegação baiana na viagem oficial a Israel foi o sistema de tratamento secundário de esgoto com aplicação na irrigação dos Mushavim.

São áreas agrícolas onde as famílias recebem um lote de terra de igual tamanho para diversas atividades rurais. A irrigação com utilização de efluente tratado se destina ao algodão, citricultura, batata, feijão e outras.

Para o diretor de regulação do Iingá, Luiz Henrique Pinheiro, “é a afirmação de que saneamento básico pode ser conjugado com outras atividades benéficas para a sociedade, uma vez que as tecnologias de tratamento de esgotos domésticos são dominadas em quase todo o mundo”.

Mas/bs
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